Diferença entre ronco e apneia do sono
Para começar, é preciso entender qual a diferença entre o ronco e a apneia. O ronco é um ruído produzido pela vibração da úvula, um tecido mole da garganta. Ele ocorre por conta do estreitamento do canal pelo qual o ar inspirado passa. Quando esse ar é inspirado pela boca, a úvula se move e causa a vibração que conhecemos como ronco.
Já a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um estágio avançado do ronco, que acontece quando há uma parada respiratória causada pela obstrução da passagem de ar na garganta.
É considerado que um adulto tem apneia quando o episódio tem duração a partir de 10 segundos. Nas crianças, esse número reduz para dois ou três segundos, pois elas têm uma reserva menor de oxigênio. Durante o tempo em que a passagem de ar é interrompida, a pessoa tem a sensação de sufocamento e um leve despertar — que pode ser suficiente para conseguir respirar, mas nem sempre para acordar completamente.
Esse episódio pode se repetir por diversas vezes durante a noite sem que ao menos o indivíduo tenha consciência que sofre de apneia. Geralmente o problema só é descoberto por outra pessoa que o percebe e avisa. Também pode ser identificado quando os malefícios causados pela apneia levam a pessoa a procurar um médico.
Consequências do ronco e da apneia para a saúde
Antigamente, o ronco não era considerado um problema de saúde. Porém, já foi descoberto que ele é, na verdade, um sinal que indica que algo não vai bem. Desse modo, além de poder se tornar uma situação constrangedora, tanto o ronco como a apneia podem desencadear outros problemas. Essas complicações são decorrentes do sono interrompido ou da falta de oxigênio no sangue.
Irritabilidade, sonolência diurna, problema de memória e dores de cabeça são exemplos de sintomas da apneia. Alguns casos são denominados como hipopneia, que ocorre quando há uma diminuição de 50% do volume respiratório.
Durante as paradas respiratórias que reduzem muito a quantidade de oxigênio no sangue, podem ocorrer grandes variações nos batimentos cardíacos. Como resultado, é possível acontecer uma sobrecarga do aparelho cardiovascular, além de aumentar o risco de infarto e AVC.
Relação com a saúde bucal
Algumas pesquisas já indicaram a possibilidade de o ronco e a apneia do sono serem decorrentes do mesmo problema bucal: pouco espaço para a língua. Isso significa que uma má-formação da arcada dentária pode acabar reduzindo o espaço disponível na boca, empurrando a língua para trás e dificultando a passagem de ar.
Existem ainda outros fatores que podem causar a predisposição para o desenvolvimento da apneia, como alcoolismo, hereditariedade, hipertrofia de adenoides e amígdalas e circunferência do pescoço. É possível realizar exames para saber qual foi a causa, além de acompanhamento com profissionais de áreas diferentes da saúde, incluindo dentistas.
Assim como os problemas bucais podem causar a apneia, há o risco de os distúrbios do sono levarem a outros problemas bucais como mau hálito, boca seca, cáries, gengivites e periodontites. Por sua vez, tais problemas podem resultar em outras doenças. Isso significa que, se você deixar a situação piorar, sua saúde de modo geral estará ameaçada.
Como tratar os distúrbios da apneia do sono
O diagnóstico da apneia é feito por meio de um exame chamado polissonografia, em que os dados vitais do paciente são monitorados enquanto ele dorme. Durante o exame são calculadas as vezes em que a respiração parou, o período de tempo e a quantidade de oxigenação do organismo.
Após a identificação do problema, começa a busca pela causa, que vai influenciar no tratamento. Entre os recursos mais utilizados para tratar da apneia do sono e o ronco está o aparelho intraoral (AIO), que movimenta a mandíbula (e consequentemente a língua) para frente.
Isso impede que a língua obstrua a passagem de ar para os pulmões durante o sono e estica os tecidos da garganta para permitir a passagem de ar. Ao mesmo tempo, o aparelho mantém a boca fechada, pois a estrutura e os músculos da face ficam tensos e firmes, evitando o ronco.
Consequentemente, os malefícios causados por esses distúrbios do sono são evitados. Os aparelhos intraorais são feitos de silicone e aço inoxidável. Não são considerados invasivos (ao contrário da cirurgia) e tem uma fácil adaptação. Por esse motivo, costumam ser os mais indicados para o tratamento da apneia.
Quase não existem restrições para o uso desses aparelhos. No entanto, indivíduos obesos ou com apneia causada pelo sistema nervoso central e casos em que existem problemas na articulação do maxilar devem ser analisados separadamente.
Quadros mais graves podem exigir o uso do CPAP, em que uma máscara é acoplada a um compressor que injeta ar nos pulmões por meio do nariz e da boca. Outros casos também podem exigir uma cirurgia. Por isso, é importante procurar a ajuda de um profissional antes de iniciar qualquer tipo de tratamento.
A ajuda de especialistas é fundamental
Existem diversas doenças que podem causar o ronco, incluindo um resfriado, que impede a passagem de ar pelo nariz e faz com que a respiração seja feita pela boca. Dessa forma, o acompanhamento de especialistas é essencial para que o diagnóstico e tratamento adequado sejam feitos.
Como as causas são variadas e há a possibilidade de ser mais de uma — como a combinação da predisposição genética e a obesidade, por exemplo — pode ser necessário que o paciente se consulte com mais de um profissional. Porém, por estarem diversas vezes relacionados a problemas bucais, os cirurgiões-dentistas ajudam a controlar esses distúrbios na maioria dos casos.
Tanto a apneia do sono quanto o ronco são decorrentes de uma anatomia anormal, o que significa que nem todos os casos são solucionados definitivamente. Ainda assim, o grau de apneia pode melhorar, proporcionando uma qualidade de vida melhor.
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