Cuidar do sorriso dos pacientes especiais é uma missão nobre. E muitas vezes exige uma dose extra de conhecimento e de empatia por parte do profissional. Dependendo da condição do paciente, a visita regular ao dentista é ainda mais importante, de modo a garantir que a saúde bucal estará em dia.
Se você ou alguém da sua família tem algum tipo de deficiência ou doença que precise de atenção diferenciada, deve saber o quanto é fundamental encontrar um bom dentista para pacientes especiais, que conheça e entenda as suas particularidades e necessidades.
Neste conteúdo, reunimos dicas e informações essenciais sobre o tema para ajudar você a encontrar o profissional mais adequado. Confira!
Quem são os pacientes especiais?
Um paciente com necessidade especial é todo indivíduo que apresente uma alteração ou condição que requeira uma abordagem diferenciada, multiprofissional e um protocolo específico de tratamento, seja ela simples ou complexa, momentânea ou permanente, de etiologia biológica, física, mental, social ou comportamental.
Alguns casos que se enquadram como pessoas com necessidades especiais (PNEs) são:
- deficientes físicos, auditivos, visuais, mentais ou com múltiplas deficiências;
- pessoas com distúrbios comportamentais (autismo, bulimia e anorexia);
- pacientes com condições e doenças sistêmicas (gravidez, pacientes transplantados, cardiopatas, diabéticos, insuficientes renais, pacientes com doenças autoimunes, imunossuprimidos etc.);
- pessoas com transtornos psiquiátricos (esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo etc.);
- síndromes e deformidades craniofaciais (por exemplo Síndrome de Down);
- pacientes com doenças infectocontagiosas (hepatites, tuberculoses, soropositivos).
Qual a importância do cuidado odontológico para os pacientes especiais?
O tratamento odontológico é de suma importância para qualquer pessoa, independentemente de ela possuir uma necessidade especial ou não.
Contudo, existe uma parcela desse grupo especial de pessoas, para a qual os atendimentos regulares se faz ainda mais necessário.
No caso de pacientes com dificuldades motoras ou visuais, por exemplo, as chances de problemas bucais surgirem são maiores, já que eles apresentam um déficit relacionado à escovação. O mesmo acontece com os autistas.
Os diabéticos também precisam de um cuidado efetivo, já que estão mais predispostos a algumas doenças bucais como: gengivite, periodontite, halitose (mau hálito), xerostomia (boca seca), entre outros.
Nesse grupo, o dentista deverá ter cuidado redobrado em relação aos procedimentos, especialmente cirurgias, com monitorização glicêmica rigorosa.
Outros pacientes que requerem acompanhamento periódico são os com Síndrome de Down, principalmente pelo desenvolvimento ósseo da face. O maxilar e o palato (céu da boca), por exemplo, são menores em crianças com Down, o que contribui para um alinhamento insatisfatório, gerando problemas de oclusão.
Outra característica comum é a falta de dentes ou o desenvolvimento de anormalidades na arcada dentária, como dentes menores, com formatos diferentes, problemas no esmalte, entre outras situações, que dificultam a escovação e favorecem o surgimento de cáries, doenças na gengiva e outros problemas.
Como deve ser o atendimento para pacientes especiais?
Para evitar todos esses problemas, o mais recomendado é que a visita ao dentista para pacientes especiais seja periódica e tenha início logo cedo, assim que surgirem os primeiros dentes.
O atendimento odontológico, nesses casos, deverá ser diferente, dependendo da necessidade ou problema de saúde que o paciente apresente.
Porém, o profissional deverá estar preparado e conhecer a condição do paciente, lembrando que nem sempre essas pessoas demonstram dor e medo e, por isso, passam por situações bem estressantes sem que o dentista perceba.
Veja nos tópicos a seguir, algumas das boas práticas que ajudam na hora do atendimento.
Participação da família
É essencial que a família tenha uma boa relação com o dentista para pacientes especiais, oferecendo informações sobre a saúde e as preferências do paciente.
Assim, antes de iniciar o tratamento, o profissional poderá, por exemplo, conversar apenas com o cuidador ou o familiar responsável,para entender as limitações, dores, acompanhamentos médicos periódicos, capacidade para higienizar os dentes, experiências anteriores com dentistas, medicamentos e alergias, tratamentos odontológicos já realizados etc.
Além disso, dependendo do que for realizado no consultório, os familiares precisarão cooperar no tratamento em casa, tanto na hora de auxiliar com os medicamentos e higienização, como para acompanhar os resultados e retornos.
Mas é claro que o paciente tem uma participação essencial. Por isso, o dentista conversará e o orientará na medida do possível, explicando a sua condição, as intervenções e tratamentos que precisarão ser realizados, os procedimentos e os cuidados em casa.
Essa autonomia é de suma importância. Afinal, não é porque o paciente tem uma necessidade especial que ele está impossibilitado de compreender o tratamento e as suas orientações.
Comunicação clara
Ao cuidar de pacientes especiais, o dentista terá que adotar uma postura diferente. E a melhor maneira de evitar o medo e a ansiedade é sempre explicando cada ação que será feita, antes mesmo de executá-la.
Em alguns casos, contudo, serão necessárias outras ações, como a sedação ― desde que haja autorização dos pais ―, para que o paciente consiga se sentir mais calmo e passível de colaboração.
Para os autistas, por exemplo, a comunicação adequada do dentista é muito importante. É essencial sempre evitar palavras e expressões que causem medo, explicar e mostrar o que será feito, controlar a voz e realizar o reforço positivo, elogiando a postura do paciente.
No caso dos deficientes auditivos, é essencial encontrar uma forma de comunicação. Caso o dentista não se comunique por Libras, o paciente poderá levar um acompanhante como intérprete ou orientar para a leitura labial.
Cuidados com o consultório
O consultório do dentista pode ser uma barreira difícil de ser transposta para algumas pessoas, como os deficientes visuais ou cadeirantes. Por isso, é sempre importante buscar por locais que sejam acessíveis, de acordo com as suas necessidades.
Antes de se consultar com um dentista para pacientes especiais, explique a sua condição ou do familiar, garantindo que conseguirá se sentir bem no ambiente.
Para os autistas, por exemplo, sons e luzes podem ser desafiadores. Por isso, é importante que o profissional prepare antes o consultório, reduzindo a estimulação sensorial, como luz forte, sons e odores.
No caso dos cadeirantes, é fundamental que o espaço do consultório seja adequado, permitindo a locomoção e também que o paciente consiga deixar a cadeira de rodas e ser transposto à cadeira de tratamento do dentista.
Atendimento humanizado
Como toda pessoa, o paciente com necessidades especiais é único e merece ser tratado de maneira personalizado. Dois autistas ou cadeirantes, por exemplo, não terão o mesmo comportamento e podem se sentir discriminados caso sejam tratados de forma mecânica.
Na hora de encontrar o melhor dentista para pacientes especiais, confira como é o atendimento realizado pelo profissional.
Conversar com o paciente, explicar suas ações, oferecer orientações claras e precisas sobre o diagnóstico e tratamentos, respeitar a personalidade e entender as necessidades de cada paciente são características importantes e essenciais.
Como você viu, o dentista para pacientes especiais é um profissional diferenciado, que possui conhecimentos sobre as características e as condições de saúde dessas pessoas. Ele deverá conhecer tanto a predisposição ao surgimento de doenças bucais, como também as formas mais adequadas de lidar durante o atendimento.
De qualquer forma, a participação da família e a colaboração do próprio paciente são fundamentais no sucesso do tratamento.
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